quarta-feira, janeiro 25

 

Já tinha saudades deste gajo!

O meu próprio exercício de wishful thinking leva-me a desejar que as relações no futuro se especializem o mais possível. Don't get me wrong. Não se trata da apologia do taylorismo. Acho apenas que o grande vício das relações humanas, desde há muito, é misturar-se alhos com bugalhos. Por exemplo, quando foi a última vez que viram uma relação de amor ter algo que ver com Amor. Convenhamos, o Amor não se vê (Camões dixit, caso dúvidas houvessem), ninguém está de acordo sobre o que seja mas quando chega a hora de vivê-lo há todo um conjunto de coisas extra-amorosas que se metem no caminho. Não é fácil. Mesmo o exemplo máximo do romantismo falha redondamente: o amor e uma cabana. Está bom de ver que a cabana está a mais. Ou a menos. Porque o problema é exactamente esse. Se as pessoas perdessem mais tempo a tentar perceber-se e a perceber a natureza das suas relações permitiriam menos contaminações, menos confusões. O problema não é não ser só o amor e ainda ser preciso a cabana. O problema é que não se sabendo o que é o amor (e por maioria de razão utilizando-se as coisas mais incríveis como pobres sucedâneos) nem a cabana, nem o apartamento, nem os filhos, nem as carreiras, nem a compreensão, nem o diabo, ajudam.

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